“Não seja ingênua. Ninguém é exatamente quem parece ser.”
Chegamos à quarta parada da nossa leitura da série Os Hathaways, da Lisa Kleypas.
Desde o começo da leitura da série, ficamos bastante curiosos para conferir a história de Leo, o irmão “taciturno” e mulherengo que parece demonstrar um interesse mais profundo em Catherine, a governanta da família – com quem desenvolveu uma verdadeira “inimizade” desde que ela encontrou com os Hathaways.
Thais
Já passou o tempo de eu declamar o quanto virei fã da Lisa Kleypas: mês após mês leio um livro “novo” da autora e fico feliz em saber que ela tem muitos livros publicados e assim meu estoque vai demorar um pouco para esgotar.
O meu livro favorito entre todos os que eu li permanece sendo Pecados no inverno, da série As quatro estações do amor. Porém, ao terminar de ler Tentação ao pôr do sol, classifiquei-o como o melhor da série dos Hathaways e o segundo melhor da autora.
Mas isso tudo foi antes de ler Manhã de Núpcias, que agora divide o pódio com Pecados no inverno.
Ao longo dos 3 primeiros livros da série, fomos acompanhando o desenvolvimento e crescimento do personagem Leo, e agora podemos finalmente apreciá-lo em sua plenitude em um livro só para ele!
Desde Sedução ao Amanhecer acompanhamos os embates épicos entre Cat e Leo – eram discussões e provocações que só demonstravam que havia demasiada tensão sexual no ar. Começar a leitura de Manhã de Núpcias é como chegar à praia depois de ter nadado muito, um deleite só.
Passado todo o mal que assombrou Leo no início da série, temos aqui um personagem digno de nosso amor pelos mocinhos dos romances históricos. Leo é apaixonante, seja quando está tentando ser sedutor ou quando está provocando. A cada página do livro você fica mais e mais encantada com ele e não há como não sorrir e se deleitar com a leitura. Juntamente com Sebastian, o Visconde de St. Vicent (de Pecados no inverno), Leo é um dos mais amados personagens masculinos de Lisa Kleypas.
E a mocinha? Sem nos esquecermos da fatídica cena em Tentação ao pôr do sol em que Leo descobre que a governanta morena é na verdade loira, o que revela que ela esconde alguns segredos de todos que estão à sua volta. Catherine é misteriosa, sem ser sedutora, é prática ao extremo, mas não abaixa a cabeça para ninguém. Movida sempre pela razão é uma caixinha de surpresas, na qual Leo está disposto a adentrar, custe o que custar.
O livro já nos dá o seu tom com a descoberta de uns dos segredos de Cat e a iminente possibilidade da perda da fortuna da família Hathaway, que pode ocorrer caso Leo não se case. Logo somos introduzidos nessa história em que todos da família buscam uma forma de encontrar uma esposa para o herdeiro, ao mesmo tempo em que Leo busca somente descobrir os segredos de Catherine.
“O amor é uma forma de loucura, não é?”
Ao longo da história temos, é lógico, diversos embates entre os dois protagonistas, que colocam um sorriso no rosto do leitor do começo ao fim do livro. À medida que os segredos são revelados, assim como o amor entre Cat e Leo vai florescendo, somos mais uma vez levados a nos apaixonar pela narrativa. Definitivamente este é um dos melhores livros da autora, não pela história em si, mas pela construção dos personagens que se deu ao longo de vários livros da série e chegam à uma conclusão magnifica neste livro.
Sabrina
Durante a leitura dos volumes anteriores da série Os Hathaways, vamos acompanhando, em paralelo às histórias de Amelia, Win e Poppy o embate ferrenho entre Leo, o chefe da família, e sua governanta, a rígida e fechada Catherine. A tensão entre os dois é inegável e não custa muito ao leitor perceber que essa rixa poderá se transformar em um amor arrebatador… E não poderia ser diferente!
Leo é, sem sombra de dúvidas, o personagem mais trágico desta série. Em sua juventude, tinha sido completamente apaixonado por uma jovem e teve que assisti-la definhar por conta da escarlatina – doença que o levou também praticamente ao leito de morte e que deixou sua irmã Win bastante debilitada.
A forma que o rapaz encontrou para “superar” esse trauma não podia ser outra (em um romance de época): ele se jogou na bebida e nos vícios e se tornou um libertino de marca maior. Contudo, ao acompanhar Win até um retiro na França para que a jovem se recuperasse de sua doença, Leo acabou também encontrando uma cura para as suas próprias angústias e retornou muito mais centrado e seguro de si.
E, como a Thais mencionou acima, esse crescimento do personagem é um dos grandes méritos desta série, pois acompanhamos a sua evolução volume a volume – o que faz também com que o leitor se apegue mais ao personagem e deseje sua felicidade.
Catherine também possui um passado bastante trágico e nos corta o coração desvendar os traumas que marcaram sua infância. E acredito que não haveria um companheiro melhor para ela do que Leo, pois ele de fato consegue compreendê-la melhor do que ninguém.
Apesar de este ser, na minha opinião, o volume mais bem desenvolvido até agora, continuo com minhas ressalvas acerca das cenas de “ação” e “mistério” que Lisa insere sempre no final, de forma bastante acelerada. Os acontecimentos acontecem de forma tão precipitada, que mal temos tempo de nos preocupar e considerar as possíveis resoluções para o caso. Infelizmente, essa parece ser uma constante em todos os livros da série, o que faz com que ela perca um pouquinho o seu brilhantismo comigo…
Ficha Técnica:
Título: Manhã de núpcias
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
País: Estados Unidos
Avaliação: Thais: 5/5 estrelas
Sabrina: 3.5/5 estrelas