Em Julho, eu vim aqui falar de Folklore, a estreia de Taylor Swift no indie com um CD surpresa e em dezembro ela lançou a segunda surpresa do ano Evermore. E conseguiu ser ainda melhor!
Quando Taylor Swift anunciou que lançaria o seu nono álbum da carreira, acredito que as pessoas ficaram menos surpresas do que com Folklore, mas ainda assim impressionadas. Afinal, Folklore havia sido lançado de surpresa há menos de 6 meses atrás e aqui estava ela nos entregando mais um CD completamente pronto e na mesma pegada indie.
A justificativa de Taylor foi que ela não conseguiu parar de escrever histórias e músicas, mas com Folklore sendo tão bom, era quase bobagem ela ter que explicar o porquê lançava um outro álbum.
Vinha de uma vertente em que a minha vida era ouviu Folklore em todos os momentos. Em um ano tão confuso e doido como foi 2020, tive a oportunidade de escutar o álbum, isolada, escondida parcialmente do barulho do mundo e o clima do CD bateu com o clima do lugar, com o que eu estava sentindo naquele momento e muitas das músicas se tornaram o meu dia a dia.
Tanto que as 5 primeiras músicas mais ouvidas do Spotify foram desse álbum. Ainda não estava preparada para um próximo capitulo, então a minha primeira audição de Evermore foi esquisita.
Não me levem a mal, havia qualidade e algumas partes me pegaram de cara, mas não todas e fui escutando picada, sem ter a oportunidade de puxar a letra no spotify para reconhecer e cantar junto.
Então, assim como Folklore teve a sua experiência comigo, Evermore precisou do seu momento, que aconteceu em uma sexta-feira de dezembro. Eu sentada na minha nova superconfortável cadeira de escritório, uma bebida gostosa e abri o Youtube para ver o clipe de Willow que ainda não tinha assistido.
O automático da plataforma, me levou na sequência do CD por todos os lyrics videos postados no canal oficial e ali tive a minha real experiência com o álbum. Nessa altura já sabia cantar algumas músicas, então acertei as letras de No Body, No Crime e ‘Tis the Damn Season, mas também me fez encantar com os detalhes da letra de Champagne Problems e Gold Rush.
Em uma entrevista, Taylor explicou que os dois álbuns são irmãos e ligações de This is me Trying e Champagne Problems são mais fáceis, enquanto outras nem tanto.
É inegável o quanto o talento se compositora de Taylor ficou mais evidente nesses dois trabalhos e como fã acho incrível que ela tenha encontrado um nicho de histórias inventadas na sua cabeça para poder criar músicas únicas.
Com isso, sinto que Folklore apesar de ser incrível e maravilhoso, fique alguns passos atrás de Evermore.
As composições continuam inspiradoras, mas os arranjos parecem que receberão um upgrade.
Jack Antonoff é um produtor e compositor talentoso, mas percebi que as músicas compostas por Taylor e Aaron Dessner são as mais inspiradoras e doídas.
Esse é um detalhe de Evermore. Folklore falava sobre as relações, mas eram letras tristes com aquele toque de liberdade, exceto talvez, This is Me Trying. Já no novo trabalho, algumas das músicas tem um peso diferente. Elas são mais fortes para ouvir e cantar junto, quase como se ela nos carregasse para aquele cenário e nos colocasse exatamente no lugar que eles queriam.
Coney Island, canção com o dueto do The National, é uma delas. Ainda estou esperando o dia que vou ouvir essa música sem sentir o peso do tempo me cobrindo.
Tolerate It e Happiness também trazem essa sensação de nos colocar naquela situação descrita, mesmo a segunda sendo sobre o final de um relacionamento.
Escutar essas músicas é ter certeza que essa nova parceria deu muito certo.
Cowboy Like Me também é uma grata surpresa de canção inesquecível dentro dos seus parâmetros, assim como as já citadas Champagnhe Problems e ‘Tis the Damn Season.
Admito que Ivy e Closure são duas músicas que eu sempre pulo, mas não posso falar o mesmo de Willow que é uma das minhas favoritas.
Evermore traz novamente Bon Iver, agora com o vocal mais agudo e fazendo com que uma mesma música tenha vários arranjos e caídas diferentes. Eu simplesmente amo canções assim, está no meu sangue.
Long Story Short é a mais pop e divertida do álbum inteiro, mas a minha favorita é Marjorie.
Já tinha gostado na minha primeira audição e ter assistido o Lyric video me fez amar de vez. Taylor escreveu para a sua falecida avó, Marjorie e o clipe tem cenas e fotos da vida dessa mulher que foi tão importante na vida dela.
Marjorie foi uma cantora de opera, e eles utilizaram alguns vocais dela como backvocals, mas aqui novamente nos coloca novamente dentro da música. A letra é muito inspiradora e te conecta, lhe fazendo lembrar da própria vida e de pessoas que você perdeu.
Acredito que Folklore vai continuar fazendo mais sucesso que esse, mas Evermore não é só mais uma prova de que Taylor Swift é uma artista de primeira. Também é a prova que ela pode sempre se superar.
Evermore.
Ficha Técnica:
CD: Evermore
Artista: Taylor Swift
Gravadora: Universal
Nota: 5/5 Estrelas