Para dizer o mínimo: Vivemos um ano complicado,
Mudanças e transformações terão que ser aplicadas para podermos ter o mundo rondando como deveria. Música ao vivo é uma dessas mudanças que precisarão de adequação, enquanto enfrentamos o grande desafio de um vírus que pode ser transmitido pelo ar.
Como tornar um show para 40 mil pessoas seguro?
A falta de resposta para isso e o fechamento de quase todas as fronteiras, fez Taylor Swift cancelar a sua ‘Summer Tour’, uma mini turnê desenhada para passar por alguns países ao longo de um mês, onde ela cantaria os hits da sua carreira e apresentaria as músicas do seu último disco, Lover.
Ou melhor, desde a última sexta-feira, dia 24/07, penúltimo disco. Isolada e nas suas próprias palavras ‘ sem a oportunidade de fazer que eu tinha planejado para esse verão’, Taylor compôs, gravou e lançou Folklore.
Folklore:
Sou uma grande apreciadora de folk, folk rock e as suas variantes, por motivos pessoais as minhas bandas/cantores/cantoras sempre acabam caindo muito próximo desse gênero, então escutar Folklore não me soou estranho ou diferente.
A cabeça demorou um pouco para entender que era Taylor Swift que estava cantando as suas composições em um ritmo que eu conhecia tanto quanto o seu pop.
Seguindo todas as regras de isolamento e usando grandes compositores e nomes da música, Swift preparou um material que fugia dos seus últimos 7 álbuns. Em uma roupagem fora da sua zona de conforto, Taylor fala sobre situações que ela viu, ouviu ou sentiu. Contos e histórias que ela criou e que não necessariamente aconteceu com ela (ou com qualquer pessoa).
Depois de muitos anos ouvindo questões extremamente pessoais, fomos presenteado em meio a pandemia com canções que passam mais a ideia do sentimento do que a história em si.
The 1 abre as 16 músicas, trazendo uma letra poderosa, para logo em seguida nos jogar em Cardigan e essa sim tem tantos elementos folks que seria possível classificá-la desse jeito mesmo que Taylor tivesse lançado em um dos seus discos POP.
Betty foi muito citada como uma das favoritas, mas admito que depois da primeira escuta, perdeu um pouco da força, enquanto The last great American Dynast e My tears ricochet, não falaram muito comigo, mas gostei do toque meio country da segunda.
Epiphany, August e This is me trying são algumas das minhas músicas favoritas, junto com Exile. Posse revelar que músicas que ‘crescem’ no final acabam sempre se tornando as minhas favoritas.
Porém, a letra de This is me trying é TUDO. “And it’s hard to be at a party when I feel like an open wound / It’s hard to be anywhere these days when all I want is you / You’re a flashback in a film reel on the one screen in my town”
Exile é o único feat e possivelmente uma das melhores músicas lançadas nos últimos anos. A música começa com Bon Iver cantando a sua parte. Dono de uma voz marcante, ele canta no refrão ‘I think i seen this film before’.
Na segunda parte, Taylor se junta à ele, como se cantasse uma outra versão da mesma história narrada por Iver nos primeiros estrofes.
Porém, é quando as duas vozes se juntam na terceira parte que a música ganhar a sua maior força, com um piano e alguns instrumentos atrás enquanto o dueto de Taylor e Iver, e a sua letra magnifica toma conta.
Se você ouviu essa música e não sentiu nada, vá lá ouvir de novo.
Do Country para o Pop: De Taylor Swift até Lover
Não há satisfação maior do que ver muitas pessoas falando bem de um trabalho de um do seus artistas favoritos. Folklore é incível e mesmo se houvesse criticas negativas, Taylor tem o seu próprio fandom que estaria ali para passar pano.
Só que enquanto lia tantas boas criticas, fui pegando um palavra aqui, uma afirmação ali que me incomodavam até que percebi que as pessoas não deixaram que a linha country/pop de Taylor impactar na escuta do seu novo trabalho, mas poucos admitiram que tudo que estavam elogiando… já existia desde o primeiro trabalho de Swift.
Eu sei, as polêmicas e ‘lista de namorados’ dela não lhe fizeram prestar atenção em tudo que ela estava fazendo no musical e quando as primeiras palavras era que ela estava falando dos ex nos CD’s, era só para essas músicas que a mídia dava mais atenção, deixando de lado todo o resto.
Longe de mim falar que todas as músicas que ela escreveu e gravou nos últimos anos foram perfeitas, até eu como fã posso confessar isso, mas das músicas que ela tocava com o seu violão para o pop chiclete de Me! (nem eu gosto dessa música) muita coisa boa saiu dali e foi ‘esquecido’.
Folklore trás letras inspiradoras, embaladas em uma melodia mais fácil de deixar o coração ir, assim como Safe and Sound, canção que ela ela compôs junto com o The Civil Wars para a trilha sonora de Jogos Vorazes e concorreu ao Globo de Ouro.
Modo fã On: Sabe o que as pessoas se lembram ao invés da música? Das piadas que fizeram com ela sobre os namorados durante a mesma premiação.
Já que estamos falando de duetos, o que dizer dos seus duetos com um jovem Ed Sheeran em ‘Everything will be ok’ e a belíssima Soon you’ll be better com as The Chicks.
Letras inspiradoras também não faltaram, The Man, King of my Heart, This Love, False Good, Call what you want, Daylight isso para falar de algumas.
E se você quiser pensar ainda nas músicas escritas para os namorados e ex, que tal ouvir Back to December, Archer ou Cornelia Street?
A música ela fez antes de Folklore pode até não ser o seu estilo ou algo que você pretende revisitar para saber se era tão bom assim, mas acredite: tudo isso que você gostou em Folklore, tem em todos os outros CD’s. Esqueça os hits e vá atrás do
Folklore
Artista: Taylor Swift
Ano de lançamento: 2020
Nota: 5 estrelas