Nota Musical – Review de 1989, de Taylor Swift

Um dia, nós perdemos toda a nossa base de 8 anos de blog.

Conseguimos recuperar uma parte e estamos upando aos poucos.

 

Com 1989, Taylor Swift afunda os dois pés no pop. Ela continua cantando sobre amor, e tenta se livrar da fama de namoradeira, mas no meio disso tudo, conseguiu fazer um CD interessante, dosado e com grandes músicas.

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Quando surgiu em 2006, a então desconhecida jovem cantora Taylor Swift encantou o mundo country e de quebra levou uma leva de novos ouvintes para o gênero.
Não que o country estava precisando.

Assim como acontece com o sertanejo por aqui, o Country lá nos States tem uma base fiel e quando parece que as pessoas mais novas não gostam tanto mais, vem uma nova onda de cantoras e bandas que os trazem de volta. Nos últimos anos nomes como Lady Antebellum, Carrie Underword, Miranda Lambert e a própria Taylor Swift, trouxeram a renovação necessária para a nossa geração.

E se o lançamento de 1989 hoje, manda Taylor para o lado pop, que ela vinha flertando nos últimos dois CD’s, ela não poderia ter começado mais country.

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A sua primeira música de sucesso foi Tim McGraw, uma balada de amor, que ela fez para um namorado (um padrão que ela seguiria para todos os outros álbuns). O nome da musica é uma referência a um dos grandes cantores da atualidade de country, o próprio Tim McGraw.

Todo o seu primeiro CD, traria uma característica que ficaria para em todos os seus Cds: as letras que várias meninas/mulheres cantariam para os seus futuros/atuais/ex amores.

Em 2008, ela lançou o CD que a tornou conhecida no mundo inteiro, Fearless.

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Se para alguns grandes nomes da música country americana, as fronteiras são curtas e poucos conseguem ter um reconhecimento mundial, para Taylor isso já chegou logo no segundo álbum da carreira.

Sua idade, o fato da mídia americana a sempre colocá-la em evidência, e as músicas country com um toque a mais, fizeram com que elas pudessem ser trabalhas no mundo inteiro.

E seria nesse CD, que começaria a maldição de que todos os ex-namorados famosos iriam ganhar uma música em seu próximo CD. Forever & Always foi para Joe Jonas, mas o CD tinha baladas mais famosas sobre o amor vencendo tudo, como Love Story e You Belong to Me.

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taylor-swift-speak-now-album-cover-02O terceiro álbum, Speak Now, foi lançado em 2010 e se não a tornou mais famosa, pelo menos manteve a sua posição nos Estados Unidos e no mundo, como o rosto do country americano. Ao contrário de Fearless, apesar do sucesso do álbum, faltou um single mais poderoso que fizesse até mesmo quem não acompanha de perto, saber cantar.
Acompanhando, o álbum tem uma música para Taylor Lautner (Back to December) e John Mayer (Dear John).

E seria já com a fama de escrever música para os ex-namorados que Swift chegaria em Red.

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O Cd já tem uma pegada mais longe do country e flertando com o pop, principalmente o single mais famoso, We are never ever Getting back together (escrita para Jack Gyllenhaal).

Vida Pessoal X Trabalho: O quanto isso afeta?

Ao analisar toda a sua discografia até hoje, Taylor joga muito as suas experiências pessoais nas músicas, e talvez seja exatamente por isso, que o seu sucesso e a sua base de fãs continua fiel.

Pois é o mesmo motivo que afasta quem poderia gostar.

Sua vida pessoal é extremamente divulgada e esmiuçada na mídia.

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E o que não é divulgado, pelo histórico de namoradeira ela acaba sendo rotulada, mesmo nem sempre sendo o caso.

Por exemplo, a (doida) da Miley Cyrus passou metade da ano falando que estava sentindo muito a perda do cachorro dela. E apesar de ser uma experiência traumática, ninguém pensou que talvez fosse uma analogia com a falta que ela sente do Liam. Afinal, foi fez tudo que queria. E agora? Poderia ter começado a bater a saudade.
Mas como isso não está no histórico dela, passa batido.

Já Taylor não pode cantar a palavra Love, sem que não seja especulado a ligação com alguém que ela namorou, ou pode ter namorado. E isso acaba tirando a atenção do resto.

Em Speak Now, ela tem uma linda música sobre Bullying (Mean), todos os seus Cds fala sobre a parte positiva de uma relação, sobre a família e até mesmo musicas motivadoras. Mas alguém fora dos fãs cita isso?
O que fala mais alto é a vida pessoal, e é o momento que isso afasta um público maior que ela podia conquistar. As pessoas esperam que ela faça isso, e quando ela faz, podemos escutar um ‘eu sabia’, e deixam de lado.

1989: Review

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Tenho que admitir que quando Taylor anunciou que o seu álbum seria pop, eu tive as minhas desconfianças de como seria a qualidade do trabalho.

Afinal ela iria só cantar pop, ou ia começar a ousar e a cantar músicas mais edge?

Eram muitos caminhos que ela podia seguir com esse seu trabalho, e todas as respostas na minha cabeça apontavam para a o erro, já que é um gênero com muita competição e com os singles com um prazo de validade contado e curto.

Especialmente o primeiro, Shake it Off me preocupou. É uma musica legal, mas pode enjoar fácil.

Mas ao ouvir as 16 músicas do seu 1989, você percebe que o tom mudou, ficou realmente mais pop, só que o resultado final é uma evolução natural do trabalho dela até hoje, do que uma mudança forçada para um gênero mais comercial.

Ela ainda canta sobre o amor, mas adorei como ela foi sarcástica sobre a sua fama de escrever música para os namorados, com Blank Space em um momento ela fala (Got a long list of ex-lovers, They’ll tell you I’m insane, But I got a blank space baby, And I’ll write your name), e a própria Shake it Off, que no contexto do CD, ganha ares mais de zoação com toda a sua imagem do que ao ouvir separadamente.

A chance de poder trabalhar com tons diferentes de músicas, deu liberdade para o CD trazer toques mais diversificados como I Wish You Would, Bad Blood e New Romance.

E apesar da fama dela, tive a impressão que You R in Love, I Know Places e How You Get the Girl, não foram escritas para uma pessoa especifica. Ao mesmo tempo, que elas falam de algum detalhe ou outro, são referências gerais, que qualquer pessoa normal poderia se identificar, e que não saiu pronta de um relacionamento.

Dizem que Out of the Wood foi inspirada em Harry Styles, e se foi isso mesmo, ele está de parabéns, porque a música é linda. E apesar de as letras grudarem fácil, promete ter um vida e duração maior que Shake it Off, e eu pessoalmente considero a melhor música do CD.

E se foi inspirada no Harry, pelo menos não tem aquele sentimento de raiva e ‘eu vou desfazer de você em frente de todos’, e é uma canção que fala mais dos sentimentos.
Talvez ela sempre vai cantar sobre os relacionamentos, mas vai aprender a não deixar algumas letras tão acusatórias como We are Never Ever Getting Back Together.

1989, é fácil o CD pop do ano até o momento, mas o ano foi um pouco fraco nesse quesito e apesar dos acertos, ela não trás nada de muito novo para o gênero.

E se a transformação de Taylor pode não agradar alguns dos fãs mais antigos e fieis a música country, pelo menos ela vai dar dor de cabeça para as suas amigas do pop.
Escute: Blank Space, Out Of the Wood, Shake it Off, This Love e You R in Love.

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Artista: Taylor Swift

Gravadora: Big Machine Records

Nota: 3,5/5 estrelas

Comprar: Itunes

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