“– Como é o fim do mundo?
– Invisível.”
Já comentei por aqui da verdadeira obsessão que desenvolvi com a Itália e, posteriormente, com os autores italianos. E, quando uma obsessão bate por aqui, ela bate forte.
No início dos meus desbravamentos para conhecer novos autores, me deparei com a indicação dos livros de Alessandro Baricco. Já havia ouvido falar nele, justamente por seu livro mais conhecido, Seda, mas sabia que o mesmo encontrava-se (e ainda se encontra) esgotado no Brasil.
Mas nada é impossível para Xeroque Holmes uma leitora determinada e, depois de muito procurar, localizei uma edição do livro perfeitamente conservada (e por um preço praticável) na Estante Virtual e logo garanti o meu exemplar. E valeu a pena!
Aos poucos, Baricco está conquistando seu espaço entre meus autores queridinhos. Seus livros são bem concisos, mas poéticos e cirúrgicos. Com poucas palavras ele nos fisga, nos hipnotiza e nos encanta, em uma experiência de leitura no mínimo transformadora.
Seda é um livro singelo, suave e marcante, assim como o tecido. Ele conta a história de Hervé Joncour, um homem tranquilo e pacato que deve atravessar meio mundo da França ao Japão para comprar bichos-da-seda para fomentar a produção local.
“Sua vida chovia diante de seus olhos, espetáculo sereno.”
Porém, a cada viagem o seu contato revelará uma realidade completamente diferente, que despertará, inclusive, desejos desconhecidos – e, às vezes, que não podem ser sanados.
Em Seda os sentimentos maturam como a produção do tecido: lentamente, silenciosamente e delicadamente. O resultado é uma obra poética e apaixonante e que permanece conosco mesmo após a última página.
“É uma dor estranha. Devagar. Morrer de saudade de algo que nunca voltará.”
Ficha Técnica:
Título: Seda
Autor: Alessandro Baricco
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 128
País: Itália
Avaliação: 4.5/5 estrelas